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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A lenda do passado


Casamentos longos. Mulheres submissas. Dependência financeira, emocional e social. Essas eram as características que construíam o perfil feminino no século passado.  Até onde o pensamento feminista afetará a educação das motoristas, empresárias, banqueiras, pilotas, mães e esposas?

Hoje estava na espera de um atendimento e ouvia atentamente a conversa de três senhoras. Elas tinham em média sessenta anos. O assunto era casamento. Eu era a mais nova na sala, notoriamente rs rs e isso me deixou super tímida e reclusa às indagações feitas por elas. Eu só ouvia e tirava minhas conclusões mentalmente (mentira, era com Rhennier, no whatsapp).

Observei que o orgulho delas era  ter um casamento duradouro e sólido onde a mulher era totalmente submissa ao esposo e flexível aos seus horários. O dever da mulher era educar os filhos e somente ela tinha esse direito/dever. Até aí nada de errado, de acordo com meus pensamentos.

O fato de existir uma babá foi duramente julgado. Isso é errado!! Dizia uma delas. Uma babá não educa direito, maltrata. A mãe que deve educar e ficar de olho na 'ama'. Novamente afirmo que isso é correto aos meus olhos.

Depois do assunto babás vieram os julgamentos inerentes aos comportamentos das mulheres atuais. Esposas que não lavam diariamente roupas íntimas dos maridos, nem estão com as refeições prontas e postas à mesa no horário que eles chegam do trabalho ou mesmo que não aceitam sempre que eles querem uma noite de amor. Ah gente... peraê! Aí mexeu nos meus pacovás! hahahahahaha Não estou dando atestado de mulher desleixada, estou? Se estiver, essa não é minha intenção.

O que me deixou com senso crítico aguçadíssimo foi a lista de comportamentos que hoje não são ditados como obrigações femininas e que no tempo das tias (hehehehe) eram.

Hoje em dias as mulheres estão lindamente independentes. E quem disse que independência é sinônimo de uma mãe ausente ou de uma esposa fria? Não mesmo.

Os papéis não se inverteram, se igualaram. Hoje não existem mais profissões exclusivamente masculinas, ou não eram pra existir, assim como não existe a tese de que o marido não pode ficar em casa com o bebê enquanto a mãe faz hora extra no escritório.

E, ouvindo essa conversa das senhoras eu lembrei de como eu sou com minha casa e com meu esposo. Prezo pelo bem estar dele mas sou uma pessoa normal. Alguém que acorda alguns dias sem vontade nem de viver, quanto mais lavar a louça. Tenho meus dias de dona de casa exemplar e meus dias que socorroooo parece que moro dentro de um furacão. 

A fôrma de mulher perfeita que foi me receitada hoje, mesmo que indiretamente, virou lenda. Lendas do passado. Lendas de uma época que a mulher não havia sido descoberta ainda. O sexo frágil tem se mostrado forte. Fortíssimo.